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Porto Alegre integra a coordenação do Fórum Nacional de Gestoras Municipais de Políticas para as Mulheres

abril 29th, 2010

Aconteceu na segunda-feira, dia 26 de abril, a 57ª Reunião Geral da FNP – Frente Nacional de Prefeitos, na cidade de Florianópolis, em Santa Catarina, com a pauta principal de proposição da criação do Fórum Nacional das Gestoras Municipais de Políticas para as Mulheres.

Cerca de 50 gestoras municipais de políticas para mulheres de todo o país se reuniram com intenção de criar um espaço de auto-organização entre as gestoras.

A reunião contou com a presença da Ministra Nilcéa Freire, segundo ela a “formação do Fórum é crucial para o desenvolvimento das políticas públicas para mulheres. É neste espaço que sempre quisemos estar. Foi preciso uma mulher assumir a coordenação do Fórum para que então se colocasse isto na pauta de prioridades.”

No segundo dia do evento as gestoras reuniram-se em torno da criação do Fórum Nacional de Gestoras Municipais de Políticas para Mulheres. “É importante para a Cidade de Porto Alegre fazer parte dessa coordenação através da coordenadora do Gabinete de Políticas Públicas para as Mulheres – GPPM/GP” afirma Ângela Cristina Kravczyk.

Falta fraternidade na política

abril 27th, 2010

por Eloá Muniz

O filósofo Antonio Maria Baggio, professor de Filosofia Política do Instituto Universitário Sophia, em Firenze (Itália), em conferência na Universidade de Brasília, propõe o estudo e a análise do conceito de fraternidade para além de uma abordagem religiosa ou assistencialista, mas como uma categoria civil e política.

A fraternidade ganhou conotação religiosa e assistencialista e, em muitos casos, é equiparada à solidariedade. “O termo é quase ausente nos dicionários de Ciência Política”, observou Baggio, enquanto os conceitos de igualdade e liberdade foram incorporados como elementos políticos, e assumidos institucionalmente, a partir da Revolução Francesa de 1789, a fraternidade teve outro destino.

Uma reflexão sobre o conceito torna-se pertinente e necessária, afinal, “a ideia de fraternidade é anterior à Revolução Francesa. Está presente em civilizações até mesmo anteriores a hebraico-cristã”. A diferença é que apenas em 1789 o conceito é evidenciado, sendo colocado no mesmo nível da igualdade e da liberdade. “Essa tríade se tornou a luz na escuridão de um complexo sistema de relações”, observou o filósofo.

Na última década houve um salto de qualidade na reflexão acerca do tema, porque a fraternidade se fez presente em ações sociais que resultaram em mudanças políticas significativas. Segundo Baggio, os estudos que atualmente são desenvolvidos sobre a fraternidade podem determinar o papel que o elemento teve na construção da identidade dos povos e, também, como cada nação o interpreta. “É necessário conhecer a fraternidade a partir de diferentes pontos de vista. Ninguém pode definir o que seja fraternidade sozinho. E, para entendê-la, é preciso vivenciá-la”, diz Baggio.

Fonte: UnB Agência

Literatura feminista, um convite a reflexão

abril 27th, 2010

por Eloá Muniz

Ana Paula Fohrmann lançou no dia 06 de abril, na FNAC do Barra Shopping Sul, o romance A Amante do Lobo. O livro nos apresenta uma mulher de 42 anos, independente e professora universitária.

Ela mantém um relacionamento com um homem casado e mais velho até encontrar um jovem estudante que a faz repensar os padrões psicológicos, em que estabeleceu sua relação com o amante.

A história é marcada por influências de caráter psicoexistencialista, na linha francesa, ideias especificamente desenvolvidas por Simone de Beauvoir. A intenção da autora é conduzir o leitor, na forma quase de um diário, a uma reflexão sobre questões ainda tabus no universo do comportamento, tais como dominação e poder – no que se refere à figura masculina – e passividade e masoquismo – no caso da figura feminina. Também nos traz a França, e suas cidades-noir, principalmente seus dias solitários e chuvosos, quando um café, flores e vinho, além da ópera e a companhia de um bom livro, fazem toda a diferença.

Ana Paula Fohrmann tomou como base o livro de contos La Femme Rompue (A Mulher Desiludida), de Simone de Beauvoir e, particularmente, o mesmo conto que deu o nome a essa obra, que enfoca o drama do triângulo amoroso a partir do ponto de vista da esposa. A escritora carioca constrói seu romance da perspectiva da amante, aparentemente independente e bem resolvida internamente.

A sessão de autógrafos foi precedida de um bate-papo literário com a autora; a psicanalista, membro da APPOA, Marieta Madeira Rodrigues, e a Doutora em Literatura Francesa pela USP, Zilá Bernd sobre A mulher contemporânea e os ideais de Simone de Beauvoir.

Quem é Ana Paula Hohrmann

Nasceu em 1971, no Rio de Janeiro. É Bacharel em Direito e Mestre em Direito Público pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Em 2002, mudou-se para a Alemanha, onde se doutorou pela Faculdade de Direito da Ruprecht-Karls Universität Heidelberg, com bolsa de estudos do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD). Paralelamente, fez aperfeiçoamento em Curso de Direito Internacional pela Académie de Droit Internacional de La Haye e estágio nas Nações Unidas, em Nova Iorque. Desde 2008 trabalha como pesquisadora, tradutora e editora jurídica. No final de 2009 concluiu seu Pós-Doutorado pela Universität Heidelberg. A amante do lobo é a sua estreia na Literatura.

O arpejo dos acordes da poesia

abril 20th, 2010

por Joaquim Moncks

Por ser o poema um homem com alma de mulher, o temor e o horizonte da perda estão vívidos logo na próxima esquina. A insegurança aponta o amanhã. Este é o leque que abana o sentir nunca comportado.

Mais que o lugar comum da vida, o verdadeiro poema (com as digitais da dama Poesia) nasce para o futuro, quando o parceiro escolhido ou o de ocasião bebe a primeira taça. Pode nem estar cheia, mas tem de parecer suficiente para o alumbramento.

É preciso ajustar o futuro dentro do inocente chá das cinco. E esperar a madrugada dos dias como uma loba na estepe, uivando ao longe, em solidão.

Quando há fome, a entrega ao ato de amar é tão natural quanto o comer e o beber. O novo, o inusitado na barriguinha do poema, é o nunca dantes revelado, mesmo que seja café com pão ou arroz e feijão.

Sempre vale o brinde à vida curtindo o calor do amanhã.

Fazer o poema é sentir-se dentro dele, compartilhar de sua irreverência amalucada. Copular com ele tantas vezes até o gozo. Antes que o humor se transmude e se esvaia no hálito do que passa.

– Do livro EU MENINO GRANDE, prosa poética; in CONFESSIONÁRIO – Diálogos entre Prosa e Poesia. Porto Alegre: Alcance, 2008, p. 289.
http://recantodasletras.uol.com.br/prosapoetica/761617

Mundo Desigual – Por Planeta Voluntários

abril 10th, 2010

Por Marcio Demari – Diretor Presidente do Planeta Voluntários – Brasil

“O maior assassino do mundo e a maior causa de doenças e sofrimento ao redor do golfo é… a extrema pobreza.”

Desigualdade Social

21 países retrocederam em seu Índice de Desenvolvimento Humano, contra apenas 4 na década anterior. Em 54 países a renda per capita é mais baixa do que em 1990. Em 34 países a expectativa de vida ao nascer diminuiu, em 21 há mais gente passando fome e em 14 há mais crianças morrendo antes dos cinco anos;

No Brasil, 10% brasileiros mais pobres recebem 0,9% da renda do país, enquanto os 10% mais ricos ficam com 47,2%. Segundo a Unicef, 6 milhões de crianças (10% do total) estão em condições de “severa degradação das condições humanas básicas, incluindo alimentação, água limpa, condições sanitárias, saúde, habitação, educação e informação”.

A pesquisa ainda mostra que 15% das crianças brasileiras vivem sem condições sanitárias básicas. As áreas rurais do Brasil concentram a maioria das crianças carentes, com 27,5% delas vivendo em “absoluta pobreza”.

Segundo a OIT, os dados de trabalhadores domésticos infantis é espantoso: no Peru, 110 mil; no Paraguai, 40 mil; na Colômbia, 64 mil; na República Dominicana, 170 mil; apenas na Guatemala, 40 mil; no Haiti, 200 mil; e no Brasil – o campeão de trabalho doméstico na América Latina e talvez no mundo – 500 mil.

Com 53,9 milhões de pobres, o equivalente a 31,7% da população, o Brasil aparece em penúltimo lugar em termos de distribuição de renda numa lista de 130 países. É o que mostra estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, divulga hoje em Brasília.

Das 55 milhões de crianças de 10 a 15 anos no Brasil, 40% estão desnutridas. 1,5 milhão entre 7 e 14 anos está fora da escola. A cada ano, 2,8 milhões de crianças abandonam o ensino fundamental. Das que concluem a 4ª série, 52% não sabem ler nem escrever.

Mais de 27 milhões de crianças vivem abaixo da linha da pobreza no Brasil, e fazem parte de famílias que têm renda mensal de até meio salário mínimo. Aproximadamente 33,5% de brasileiros vivem nessas condições econômicas no país, e destes, 45% são crianças que têm três vezes mais possibilidade de morrer antes dos cinco anos.

A cada 12 minutos, uma pessoa é assassinada no Brasil. Por ano, são registrados 45 mil homicídios no País. No entanto, a probabilidade de um assassino ser condenado e cumprir pena até o fim no Brasil é de apenas 1%.

O Brasil é, segundo a ONU, o país onde mais se mata com armas de fogo. Todos os anos são mortos 40 mil brasileiros;

1,9% do PIB brasileiro é consumido no tratamento de vítimas da violência;

A Aids já deixou mais de 11 milhões de órfãos na África; o devastador avanço desta doença fará com que, em 2010, pelo menos 40 milhões de menores em todo o continente tenham perdido pelo menos um de seus pais, segundo a UNICEF. A cada minuto, uma criança morre de AIDS.

Mais de 1,1 bilhão de pessoas não têm acesso à água potável no planeta, segundo dados da ONU. Outros 2.4 bilhões não têm saneamento básico. A combinação do dois índices é apontada com a causa de pelo menos 3 milhões de mortes todo ano. Um europeu consome em média entre 300 e 400 litros diariamente, um americano mais de 600 litros, enquanto um africano tem acesso a 20 ou 30 litros diários.

Um em cada seis habitantes da Terra não tem água potável para beber e dois em cada cinco não dispõem de acesso a saneamento básico.

Até 2050, quando 9,3 bilhões de pessoas devem habitar a Terra, entre 2 bilhões e 7 bilhões de pessoas não terão acesso à água de qualidade.

A fome no mundo, depois de recuar na primeira metade dos anos 90, voltou a crescer e já atinge cerca de 850 milhões de pessoas. A cada ano, entram nesse grupo mais 5 milhões de famintos.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 160 mil pessoas estão morrendo por causa do aquecimento global, número que poderia dobrar até 2020 – contabilizando-se catástrofes naturais e doenças relacionadas a elas.

Além da morte, a desnutrição crônica também provoca a diminuição da visão, a apatia, a atrofia do crescimento e aumenta consideravelmente a susceptibilidade às doenças. As pessoas que sofrem de desnutrição grave ficam incapacitadas de funções até mesmo a um nível mais básico.

Muitas vezes, são necessários apenas alguns recursos simples para que os povos empobrecidos tenham capacidade de produzir alimentos de modo a se tornarem auto-suficientes. Estes recursos incluem sementes de boa qualidade, ferramentas adequadas e o acesso a água. Pequenas melhorias nas técnicas de cultivo e nos métodos de armazenamento de alimentos também são úteis..

Muitos peritos nas questões da fome acreditam que, fundamentalmente, a melhor maneira de reduzir a fome é através da educação. As pessoas instruídas têm uma maior capacidade para sair deste ciclo de pobreza que provoca a fome.

Fontes: Documentos internacionais, principalmente da ONU, UNICEF, OMS, FAO e UNAIDS.

Organização de Mulheres querem discutir qualquer alteração no Plano Nacional dos Direitos Humanos

março 31st, 2010

Em nota dirigida à Imprensa a Organização de Mulheres fizeram uma retificação da informação sobre o diálogo do Ministro Paulo Vannuchi com movimentos de mulheres. Elas discordam da alteração do III PNDH porque não teria havido suficiente discussão entre os segmentos da luta pelo livre aborto.

A afirmativa decorre do fato de o Governo ter anunciado a decisão de alterar diversos pontos do Terceiro Plano Nacional de Direitos Humanos, assinado por ministros/as e por Lula, isto em dezembro do ano passado. Tais alterações no texto significam, na visão da OM, ceder a pressões de setores posicionados na alta hierarquia da estrutura de poder vigente: ruralistas, grandes empresas da área de comunicações e episcopado. Para tratar da alteração do programa, Paulo Vannuchi se reuniu com os ministros da Saúde, José Gomes Temporão e do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassol; com o ouvidor agrário nacional, Gercino José da Silva Filho; com a Confederação dos Bispos do Brasil (CNBB) e com 11 organizações do movimento feminista.

O esclarecimento prossegue com a Organização das Mulheres reconhecendo que o ministro Vannuchi recebeu em audiência, dia 24 de fevereiro, representantes de 14 – e não 11 organizações. Compuseram este grupo as feministas, organizações dos movimentos de mulheres, ONGs com trabalho no campo dos direitos reprodutivos e lideranças do movimento pelos direitos humanos.

Nesta ocasião o Ministro teria insistido para que os movimento que defendem a legalização do aborto participassem do esforço conciliatório de revisão do texto do Plano Nacional dos Direitos Humanos. O que a Organização de Mulheres contesta é a informação de que as modificações tenham sido feitas com o seu aval, elas afirmam que não houve acordo com relação a qualquer modificação no texto do III PNDB, e muito menos com relação a abrir mão do texto que justifica a autonomia das mulheres sobre o próprio corpo e na revisão da lei que pune o aborto.

A recusa em aceitar a proposta do Ministro Vannuchi foi via carta eletrônica a ele enviada em 15 de março, contendo assinatura de 66 organizações e contem a afirmativa de esperarem que o texto do III PNDH seja aprovado em sua integralidade.

A justificativa da posição da OM é o ponto do texto que trata do abortamento saudado como expressão da vontade política das mulheres organizadas, e reflete o posicionamento e ansiedades da sociedade civil organizada.

O III PNDH não é um documento isolado construído pela SEDH, porque quaisquer alterações em seu texto devam ser discutidas coletivamente com os movimentos de direitos humanos e os setores do governo que participaram de sua construção e redação, sob pena de ser ilegítima e antidemocrática.

A autonomia e a liberdade sexual e reprodutiva das mulheres é fator fundamental para a construção da democracia, que tem nos espaços das conferências um canal de participação da sociedade civil, inclusive de representações da Igreja Católica; não é democrático que o Governo recepcione e atenda às demandas de um segmento que corre por fora deste processo. Isso significaria deslegitimar os instrumentos instituídos em seu próprio governo, como as conferências de políticas públicas que reúnem milhares de representantes da população brasileira organizada.

A organização de mulheres querem é que o Brasil passe a liderar na questão do respeito aos Direitos Humanos das Mulheres e nas Jornadas pelo Direito ao Aborto Legal e Seguro.

Igualdade de Gênero no Jornalismo é objetivo do Projeto Global de Monitoramento de Mídia 2010

março 25th, 2010

De acordo com o relatório preliminar do Projeto Global Monitoramento de Mídia 2010 somente 24% das pessoas vistas, ouvidas ou a respeito de quem se lê nas notícias são mulheres. O relatório foi divulgado por ocasião da 54ª sessão da Comissão da ONU sobre a Condição da Mulher, em Nova York, em março deste ano.

Grupo de voluntários de 130 países de todo mundo, em 10 de novembro de 2009, se debruçaram sobre seus jornais de circulação nacional, ouvindo notícias de rádio e assistindo de perto a televisão local. Suas ferramentas eram lápis e códigos, com os quais faziam análise, observação e registro de informações relativas aos indicadores de gênero na mídia noticiosa para o Projeto Global Monitoramento de Mídia – a maior pesquisa e iniciativa na mídia noticiosa. Fazer surgir uma representação de gênero justa e equilibrada na mídia noticiosa é o objetivo deste projeto.

Baseados em uma amostragem de 42 paises na África, Ásia, América Latina, no Caribe, nas Ilhas do Pacífico e na Europa, onde incluem 6.902 itens de notícias e 14.044 tópicos de notícias, incluindo pessoas entrevistadas nas notícias o projeto apresentou um relatório preliminar com os resultados até então obtidos.

“A mídia noticiosa parece servir a interesses masculinos; a atenção às mulheres é extremamente negligente, apesar de as mulheres estarem em maior número, nacionalmente; as mulheres são a vida das comunidades, particularmente em assentamentos informais e em áreas rurais”, observou Edouard Adzotsa, Secretário Geral do Sindicado dos Jornalistas da África Central e Coordenador do GMMP no Congo Brazzaville durante o monitoramento do Projeto Global de Monitoramento da Mídia.

Alguns resultados impressionam e apresentam indicativos de uma sociedade ainda patriarcal e globalizada. Alguns exemplos: 24% das pessoas entrevistadas, ouvidas, vistas ou a respeito de quem se lê em transmissões principais e notícias impressas são mulheres; somente 16% de todas as matérias concentram-se especificamente em mulheres. Portanto, as mulheres se informam, mas as notícias predominantes pertencem ao universo masculino.

Outra informação importante é que de cada cinco especialistas entrevistados menos de um é mulher, entretanto, os homens predominam fortemente como testemunhas e relatores de experiências pessoais em matérias. Dessa maneira, a reprodução do patriarcalismo se impõe independentemente da cultura do país pesquisado.

A pesquisa mostrou ainda que as mulheres em noticiários são identificadas por seus relacionamentos familiares (esposa, mãe, filha), cinco vezes mais que os homens. Quase metade (48%) de todas as matérias reforça estereótipos de gênero, enquanto 8% das matérias questionam estereótipos de gênero.

Outra revelação interessante da pesquisa é que, em geral, as mulheres permanecem extremamente sub-representadas na cobertura de notícias, em comparação com os homens, retratando um mundo em que as mulheres estão ausentes. Mostrou também a escassez de visões e opiniões de mulheres, em comparação com perspectivas masculinas, nos principais noticiários.

Em relação aos resultados obtidos nas edições anteriores do Projeto Global, a cada cinco anos de 1995, há sinais de mudança em direção a notícias mais equilibradas e sensíveis no tocante a gênero. Matérias com temas femininos aumentaram de 17% para 24% nos últimos 15 anos. A opinião popular em notícias agora chegou à igualdade, se comparada com 2005, quando 66%, a opinião popular era majoritariamente prestada por homens.

“Um retrato de gênero justo é uma aspiração profissional e ética, similar ao respeito por precisão, justiça e honestidade”, diz Aidan White, Secretário Geral da Federação Internacional de Jornalistas (Internation of Journalists – IFJ). A publicação dos resultados do Projeto Global de Monitoramento de Mídia no IFJ recebeu o nome de “Alcançando o Equilíbrio: Igualdade de Gênero no Jornalismo”.

O Projeto Global de Monitoramento de Mídia é coordenado pela Associação Mundial para a Comunicação Cristã (World Association for Christian Communication – WACC), uma ONG internacional com escritórios no Canadá e no Reino Unido, que promove comunicação em prol de mudanças sociais, em colaboração com o analista de dados Media Monitoring Africa, da África do Sul. A Gender Links, também sediada na África do Sul, forneceu assessoria para o aprimoramento das ferramentas de monitoramento e da metodologia.

Os voluntários que participaram do dia do monitoramento incluem ativistas das áreas de gênero e mídia, grupos de comunicação de base, pesquisadores/as universitários/as e estudantes de comunicação, profissionais de mídia, associações de jornalistas, redes de mídia alternativas e grupos religiosos. O projeto é apoiado pelo Unifem – Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher.
No Brasil, a coordenação ficou a cargo de Sandra Duarte de Souza (Universidade Metodista) e Vera Vieira (Rede Mulher de Educação e Associação Mulheres pela Paz).

Fonte: WACC – World Association for Christian Communication

Aumenta número de mulheres no trabalho, mas salário ainda é menor

março 24th, 2010

As mulheres dobraram sua participação em cargos de presidência, diretoria e gerência de empresas e já ocupam quase metade dos postos de coordenação, tudo na última década. O levantamento foi feito realizado em fevereiro deste ano, 101.369 empresas listadas e traz dados expressivos: atualmente essas profissionais somam 21,88% dos cargos mais elevados, sendo que eram apenas um poço mais de 10% há questão de 13 anos.
No último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE -, mostrou que a escolaridade médias da mulheres em áreas urbanas é de 9,2% anos.Já na dos homens não de 8,2% de estudo. “Preconceitos existem e superamos com trabalho e preparo. Conclui meu mestrado com 23 anos e fiz um segundo, primeiro na área de marketing e depois na administrativa. Hoje, estou tentando fechar meu doutorado”, relata Sheyla Rocha, diretora de negócios do Gad`Retail, empresa que oferece soluções de inteligência estratégica de varejo com foco na experiência de marca.
Sheyla diz que preparo, foco e bagagem fazem a mulher decolar e superar qualquer barreira.
As mulheres são promovidas mais rapidamente que os homens. Elas conquistam cargos mais elevados, em média três anos antes. Qualificadas, elas estão aptas para disputar postos de trabalho com os homens em condições de igualdade. “Noto que conforme a mulher demonstra a sua capacidade, desenvoltura, ela vai de fato conquistando essa receptividade. Isso é notório e pelas áreas que dou consultoria percebo que ela ganha espaço pela credibilidade da sua competência”, observa Dilza Franchin, consultora e conselheira da Associação de Mulheres de Negócios e Profissionais de São Paulo.
Ela acredita que existem áreas que são mais resistentes à entrada do sexo feminino. “Às vezes a mulher tem muito mais dificuldade, por estar possivelmente ocupando o lugar de um homem que está na mesma linha e nível na corporação”, completa.
. Além de ganhar cada vez mais campo no universo corporativo, a mulher tem diversos outros compromissos na vida pessoal. A principal dificuldade que encontram hoje para assumir cargos de direção e gestão é a questão da conciliação da vida particular com a profissional. Um dos grandes desafios é harmonizar toda a responsabilidade profissional com a família. “É dar conta da casa, da família e estar tudo a contento. Olho e está tudo caminhando bem com os filhos, no casamento e na casa. Dá uma satisfação muito grande, porque são muitos desafios”, opina Leda Blagevitch, diretora de novos negócios da Asyst International, multinacional brasileira de gestão e operação de Tecnologia da Informação.
Sheyla Rocha reforça: “as pessoas pressupõe que a mulher tem que conciliar a vida pessoal com a profissional, e podemos fazer as duas coisas bem, sem precisa dar prioridade para qualquer das duas”, frisou.
Tudo estaria no seu devido lugar se não houvesse discriminação no que toca ao salário. Mesmo contratada para cargos mais elevados para todos os portes e perfis de empresas, elas continuam a receber salários inferiores aos dos homens. Atualmente, para cargos de gerente e diretor, por exemplo, os homens ganham 11% a mais do que as pessoas do sexo feminino. O estudo nesse sentido foi realizado pela Catho Online.
Ai entra a questão da equidade, alvo de diversas matérias do Feminal.
O caminho é longo, mas somente com perseverança, apostando nos desafios vencidos diariamente, é que se chegará ao equilíbrio entre os gêneros no trabalho.

Feministas espanholas lutam pelo aborto livre e gratuito e atacam Igreja Católica

março 18th, 2010

O dia 7 de março ficou marcado por uma manifestação das feministas da Espanha, que saíram às ruas para protestar contra setores da oposição que pregam a Marcha pela Vida. Elas se referem aos controles patriarcais, dentre eles as hierarquias da Igreja, que buscam privar as mulheres do direito de decidir autonomamente sobre o próprio corpo. A principal reivindicação é o aborto livre e gratuito, medida capaz de impedir a morte de milhares de mulheres em abortos inseguros em muitos países. No mundo, todo ano morrem mais de 70 mil mulheres em abortos clandestinos, numa chacina visível aos olhos negligentes e insensíveis das autoridades constituídas.

Publicado originalmente em http://fotograccion.org

Segundo as feministas espanholas, estes setores, alinhados à Igreja Católica, pretendem impor seus padrões morais e religiosos como políticas públicas. O movimento saiu às ruas para defender o direito de decidir livremente sobre o próprio corpo ao mesmo tempo em que refutam toda autoridade médica, jurídica, estatal ou religiosa de tomar decisões sobre a vida delas. O protesto se tornou mais eloqüente pela mostra dos seios como um ato de irreverência, escapando das formas de regulação e de controle a que foram submetidos, modelados, ampliados, mostrados, sujeitados e escondidos. “Hoje nossos peitos são resistência política, tornar visível um corpo que historicamente tem sido expropriado, aprisionado, seqüestrado, controlado e dominado. Peitos que se atrevem a dizer basta, que rompem cadeias, que se mostram placidamente decididos a ser seios que condenam a privatização, a coisificação, que negam, resistem e escapam, seios que reclamam justiça, seios que desejam a liberdade, seios da subversão, que demandam direitos”, disseram a feministas.
Elas reivindicam o direito fundamental ao aborto livre e gratuito na saúde pública.

Fabiana Murer conquista mais um ouro inédito para o Brasil

março 16th, 2010

Ao conquistar Medalha de Ouro no salto com vara Fabiana Murer se tornou a primeira mulher a ganhar um Mundial na modalidade olímpica.

Ela venceu a prova de salto com vara e superou a sempre favorita, Yelena Isinbayeva, medalha de ouro em Pequim no ano de 2008. A prova foi no último domingo, dia 13 de março, no Mundial de Indoor de Doha, no Catar, quando Murer saltou 4m80cm, superando a também russa Suetlana Feafanova e a polonesa Anna Rogowka.

Fabiana atingira a quinta posição no último Mundial Indoor de Berlim, em 2009.  Atleta de ponta, ela seguiu treinando com afinco e disposta a superar seus índices. Murer é um destaque numa modalidade que os homens tem predomínio com 11 ouros, mas esta conquista a coloca num patamar superior.

Há dois anos ela foi protagonista de uma história estranha na Olimpíada de Pequim, em 2008, quando não pode competir com a vara a qual estava com que estava acostumada a treinar e com qual queria competir. O acessório simplesmente sumiu na hora da prova e Fabiana perdeu a concentração na tentativa de encontrar o instrumento. Em decorrência da desorganização chinesa perdeu a medalha de ouro, frustrando a atleta, que revoltada afirmou que jamais voltaria a competir naquele país asiático.

Fabiana Murer chegou de volta ao País na madrugada de hoje, 16 de março, no dia de seu aniversário. Ela completou 29 anos e pretende continuar o ritmo dos  treinamentos, com vista à próxima Olimpíada prevista para o Brasil em 2016.

Medalha – Outra medalha conquistada no mesmo certame foi obtida por Keila Costa, que ficou com Bronze no salto triplo para mulheres. Sem a medalha Olímpica de Pequim –  Mauren Maggi, Keila representou o Brasil e este terceiro lugar é significativo com vista às próximas competições e principalmente, quanto a Olimpíada de 2016, que será no Brasil.

Assista: