por Eloá Muniz
Desta vez foi o setor automobilístico que rompeu paradigmas. A General Motors do Brasil, uma das maiores fabricantes de carros do mundo, indica para presidente a engenheira mecânica Denise Johnson. Com larga experiência e formação nos quadros da GM, ocupou nos último anos a vice-presidência de relações trabalhistas da General Motors Corporation. Denise agora terá o desafio de ser a primeira mulher a ocupar o cargo de maior importância na estrutura de poder da empresa multinacional.
Ela assumirá, entre outras atribuições, o projeto de ampliação do Complexo Automotivo de Gravataí. Denise Johnson substituiu Jaime Ardilla, promovido para a recém-criada GM América do Sul, que comandará a partir de São Paulo.
Denise tem em seu currículo o programa Líderes de Produção (Leaders for Global Operations) e quando ainda estava na alta direção da montadora de Detroit. Sobre esta experiência no centro de excelência comentou: “o programa reforça o desenvolvimento de um estilo de liderança que abriga trabalho em equipe e avaliação de soluções diferentes para obter resultados”, afirmou.
Na realidade Denise Johnson é a primeira mulher a assumir a presidência no Brasil, cargo que agora foi criado, mas isto não significa que ela seja uma exceção, pois outras executivas ocuparam posições similares, como Maureen Kempston Darkes, que presidiu a divisão América Latina, África e Oriente Médio. Nos Estados Unidos, várias fábricas são dirigidas por mulheres, o que no entender de André Beer, consultor do setor automotivo, que passou 38 anos na GM, 18 dos quais como vice-presidente, é um sinal de não existir na empresa uma cultura machista.
A GM do Brasil é altamente rentável e não foi atingida pela grande crise desencadeada na empresa, conseguindo manter a produção em alta. Isso propiciou a criação da GM América do Sul, um grande mercado consumidor da marca Chevrolet, atrás apenas de EUA e da China. A nova General Company provocou a mudança do comando das atividades fora dos Estados Unidos para a Divisão de Operações Internacionais, a partir da China. O Brasil e o país asiático são as principais operações internacionais da empresa atualmente e que recebem maiores investimentos.
A criação da GM América do Sul, com sede em São Paulo, dará maior autonomia aos negócios nos 10 países onde atua, e seu presidente Jaime Ardilla terá ligação em linha direta com o principal executivo da GMC, Ed Whitacre.
Com maior proximidade do board, será possível ganhar agilidade nas decisões, além de acompanhar on line as características, exigências e tendências dos mercados sul-americanos, benefícios para todos, principalmente para o consumidor.