Eloá Muniz
O termo empreendedorismo social é um fenômeno antigo. Segundo alguns especialistas, apontam Luther King, Gandhi, entre outros, como representantes da essência já existentes há muitos anos do empreendedorismo social, decorrentes de suas capacidades de liderança e inovação quanto as mudanças em larga escala.
No século 19, Jean Baptista Say afirmou que o empreendedor move recursos econômicos de uma área de baixa para uma área de maior produtividade e grande retorno. Empreendedores geram valores conceituais e emocionais à marca ou a atividades produtivas gerando atividades sustentáveis.
Para os empreendedores sociais a missão social é central e explícita dependendo de como percebem e avaliam as oportunidades. A criação central torna-se o impacto relativo à missão e não à riqueza, pois é apenas um meio para um determinado fim.
Os empreendedores sociais têm o papel de agentes de mudanças no setor social por adotar uma missão de gerar e manter valor social – não apenas valor provado –; engajar-se num processo de inovação, adaptação e aprendizado contínuo; agir arrojadamente sem se limitar pelos recursos disponíveis; exibir um elevado senso de transparência para com seus parceiros e públicos e pelos resultados gerados.
Considerando o empreendedorismo social como agente de mudanças ele é coletivo e integrado. Produz bens e serviços à comunidade, local e global, com o foco na busca de soluções para os problemas sociais e necessidades da sociedade. Sua medida de desempenho são o impacto social e a transformação social, visa resgatar pessoas da situação de risco social, vulnerabilidade, e promovê-las, a geral capital social, inclusão e emancipação social.
As pessoas reúnem-se em organizações sociais empreendedoras pelo trabalho orientado – time –; administração descentralizada – empowerment –; o foço no que é melhor para o cliente, respeitando a economia de mercado e de grande escala; ênfase no centro de competências maximiza a produtividade, pois incentiva e valoriza a qualificação de cada elemento do processo produtivo; ser uma atividade financeiramente autossustentável é importante; mas ter o nicho orientado e definido como segmento com estudos de perfil social e econômico é fundamental para que o negócio obtenha o êxito esperado.
Segundo o professor Edson Marques de Oliveira da Unioeste – GEPEC, o empreendedorismo social poder ser considerado como um novo paradigma de intervenção social, pois apresenta um novo olhar e leitura da relação e integração entre os vários atores e segmentos da sociedade. É, ainda, um processo de gestão social, pois apresenta uma cadeia sucessiva e ordenada de ações, que pode ser resumida em três fases: concepção de ideias, institucionalização e maturação da ideia e multiplicação da ideia.
Um indutor de auto-organização social necessita da articulação e participação da sociedade para se institucionalizar e apresentar resultados que atendam às reais necessidades da população, tendo de ser duradouro e de alto impacto social.
Os empreendedores sociais são, sobretudo, pessoas visionárias que possuem a capacidade empreendedora e criatividade para promover mudanças sociais de longo alcance em seus campos de atividade. São inovadores sociais que deixarão sua marca na história.
* Mestre em Ciências da Comunicação