Pessoas de pele negra têm algumas vantagens em relação as pessoas de pele mais clara na hora de se exporem ao sol. Tudo porque a pele é mais firme e possui maior atividade dos melacinótipos, que funcionam como um protetor solar natural, aumentando a resistência cutânea, principalmente contra o câncer de pele.
Mesmo com tantos benefícios o fato não é desculpa para descuidar da proteção solar, alerta o dermatologista Valter Claudino, do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André que lembra que os cuidados devem ser os mesmos das pessoas de pele clara, em relação a exposição solar, estar atento aos horários de pico, usar bonés e protetor solar com fator 20, no mínimo.
Durante o verão também são importantes alguns cuidados como evitar substâncias gordurosas e ácidas, produtos a base de álcool, peelings, laser ou qualquer procedimento traumático, levando em conta sempre o tipo de cicatrização.
Segundo o dermatologista, nesta época, por ser mais oleosa, a pele negra pode ter um aumento no aparecimento de cravos e espinhas. “O mais importante é evitar espremer a região já que durante a cicatrização, pode ocorrer um derrame de pigmento que resultará em manchas escuras. A pele deve ser limpa, hidratada e protegida a base de protetor solar diariamente, evitando a formação de manchas”, observa Claudino.
É preciso estar atento ao aparecimento de manchas, além de seus aspectos como a coloração, caso ela seja branca é sinal de desidratação, sendo importante reforçar a hidratação, com aplicação de cremes após o banho, evitar água quente, banhos demorados com sabonetes esfoliantes e sol em excesso sem proteção.
Caso a mancha seja escura, vale usar filtro solar com um fator de proteção maior que 30, diretamente nas manchas, além de cremes clareadores a noite.
“Sem proteção a pele negra mancha facilmente, perde o brilho e torna-se opaca. Os cuidados precisam ser redobrados por conta da exposição ao sol, prevenindo-se também o aumento de cravos e espinhas”, explica o especialista.
A limpeza da pele deve ser feita corretamente pela manhã e a noite, o que evitará a dilatação dos poros. Lavar o rosto com um sabonete de acordo com o tipo de pele, usar uma loção adstringente e passar filtro solar próprio antes de sair de casa, ajudam a diminuir a oleosidade do rosto. A noite após a limpeza é recomendado utilizar um creme com vitamina C ou hidroxiácidos. No corpo um hidratante lubrificante, com óleo de avelã, uva ou macadâmia é o suficiente. Antes de utilizar alguns produtos o ideal é um especialista seja consultado para melhor avaliar o tipo de pele.
A pele negra possui algumas substâncias mais abundantes como é o caso da melanina e do colágeno, o que facilita a hiperpigmentação e a formação de quelóides,, portanto é preciso cuidado redobrado na hora de fazer tratamentos estéticos. Os peelings e lasers se não forem bem aplicados, podem prejudicar a pele, que passará por um processo inflamatório intenso e perderá água rapidamente. Para esse tipo de pele existem tratamentos mais suaves e superficiais que agridem menos a pele.
Para exibir uma pele saudável e bem tratada, vale abusar da água, beber pelo menos 2 litros por dia, tomar banhos rápidos e de preferência não muito quentes, optar pelo uso de sabonetes hidratantes e evitar o uso de esponja. Aplicar um creme ou loção indicada para peles negras, também é uma boa pedida. A hidratação desses produtos é mais intensa do que os óleos após o banho, já que a pele úmida os absorve melhor. Esfoliar a pele uma vez por semana também é recomendável, pois favorece a penetração do creme.
Por Luciana Ponteli (mprossi@uol.com.br)