O marketing político é um conjunto de técnicas e procedimentos que tem como objetivo adequar um candidato/candidata ao seu eleitorado potencial, procurando fazê-lo, num primeiro momento, conhecido do maior número de eleitores possível e, em seguida, mostrando seu diferencial, obviamente o melhor posicionado.
Adequar o candidato/candidata ao seu eleitorado potencial significa, basicamente, saber o que pensam e o que querem os eleitores em determinado momento.
A partir dessas informações é possível compatibilizar o discurso do candidato/candidata com os anseios do eleitor, fazendo com que se posicione de acordo com as preocupações da sociedade, sem contrariar sua história política.
O marketing político é algo mais permanente; está relacionado com a formação da imagem em longo prazo.
O marketing eleitoral abrange todas as técnicas de comunicação disponíveis no mercado, iniciando-se por um trabalho de pesquisa e sondagem, que norteará a construção da espinha dorsal da comunicação eleitoral como um todo e do projeto de marketing político.
O marketing eleitoral preocupa-se, portanto, com a formação da imagem em curto prazo. O fator crucial é o tempo.
Os candidatos precisam desenvolver um trabalho contínuo e sistemático de formação de imagem, objetivando aumentar seu poder de influência sobre o eleitor na decisão de voto. Portanto, a estratégia para formação da imagem positiva do candidato inicia-se no marketing eleitoral, é sustentada pelo marketing político, retornando ao marketing eleitoral. Forma-se uma cadeia de construção crescente de imagem, ampliando o espaço político através da aceitação popular e a diminuição do índice de rejeição do candidato/candidata.
No mercado empresarial o consumidor tem garantida a premissa básica do marketing, a plena satisfação. Deste modo, cabe às empresas (públicas ou privadas, nacionais ou transnacionais) assegurar, por seus próprios meios, o completo atendimento das necessidades e desejos de seus consumidores por serviços e produtos de boa qualidade.
Atualmente, esta garantia de satisfação está assegurada de duas formas: a livre concorrência e o Código de Defesa do Consumidor.
A primeira, consagrada em economias liberais, faz com que as empresas que não estejam cumprindo adequadamente suas funções, de satisfazer seus consumidores, sejam substituídas por outras que estejam cumprindo melhor estas funções.
A segunda, o Código de Defesa do Consumidor, dá a garantia legal de que o consumidor lesado, seja por defeito do produto ou por propaganda enganosa, deva ser imediatamente ressarcido dos prejuízos causados pelo fornecedor.
O marketing político/eleitoral isso não acorre, não há um código de defesa do eleitor; à revelia da satisfação com o produto, o consumidor ficará com ele durante quatro ou oito anos, sem direito a troca ou devolução.
Há, ainda, a questão do horário eleitoral gratuito, onde o eleitor não tem alternativa de programação. Além de veicular simultaneamente em todos os canais, não é uma comunicação sutil que respeite o bom gosto do telespectador.
E por fim, o voto obrigatório. Diferentemente do marketing empresarial, onde o consumidor compra se quiser, vê a publicidade se quiser; no marketing político ele não tem alternativa. Ele tem que comprar, ou seja, ele é obrigado a votar. Mesmo que a sua opção seja pelo voto branco ou nulo ele tem que votar.
Para respeitar o eleitor e diminuir o índice de rejeição ao sistema político é necessário que a classe política comece um trabalho sério de melhoria da qualidade do trabalho prestado e da satisfação do eleitor com seu candidato.
É preciso que os políticos sejam realmente representantes dos votos recebidos e dêem respostas satisfatórias aos seus eleitores.
por Eloá Muniz